Vou voltar aos versos para falar de À Queima Roupa. O livro é escrito por Eliana Machado e é excelente para quem ama os versos, como eu. O livro é composto de cinco partes: Pôr a mão no fogo; Ouvidos de mercador; O pior cego...; Flor que se cheire; Comer gato por lebre. O leitor não leu errado: a última parte se chama Comer gato por lebre. Eu me atrevo a compor este verso: O amor é o tiro à queima roupa no ódio e o expulsou das nossas vidas. Tem um ponto negativo: poucas páginas para quem gosta de livros grossos, como eu. Tem uma homenagem ao poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade com o poema E Agora, Maria? (uma alusão ao poema E Agora, José de Drummond.) que está na parte O Pior Cego. Vamos analisar as partes do livro: cada parte tem seis poemas. A primeira parte Pôr a mão no fogo possui poemas, na minha opinião, de cunho social. A segunda parte, Ouvidos de Mercador, faz referências ao tempo. Vou falar de dois poemas: Digital é inspirado no poema de João Cabral de Mello Neto, um poeta respeitável da literatura brasileira, chamado O Relógio. O outro poema é Ciranda, Cirandinha que é uma releitura moderna e de cunho pessoal, pois nos ensina a não deixarmos o nosso lado infantil morrer. A terceira parte O Pior Cego é a parte que contém E Agora, Maria?. Esta parte possui também poemas de cunho social, não todos os poemas. A quarta parte se chama Flor que se cheire possui um poema em especial que é chamado Vômero que fala sobre o mar e seus marinheiros. Esta parte fala sobre sexualidade e a carne, pelo menos no meu ponto de vista. A última parte se chama Comer gato por lebre (vocês não leram errado é comer gato por lebre). Esta parte é sobre a boca (sim, a boca) e as palavras que saem dela. E também sobre alimentação no sentido metafórico (alguns poemas desta parte). O livro tem poucas páginas para facilitar a leitura.Na minha opinião, o livro é excelente, mas peca pelo número de páginas, apesar da facilidade de leitura para quem está começando no mundo da leitura. A capa do livro descreve o conteúdo do mesmo. Um revólver apontado para o mundo, mostrando claramente que o amor mata o ódio à queima roupa, na minha opinião. O mundo precisa de poesia e de amor, pois está contaminado pela violência, pelo ódio.