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Um dia de convivência

  • Foto do escritor: Claudio Correa Monteiro
    Claudio Correa Monteiro
  • 1 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Quando eu escolhi o título desta crônica, eu estava pensando na melhor forma de expressar as horas que fiquei sozinho com o convívio de paisagens, observando gestos, olhares e formas culturais que muitas vezes passam despercebidas para um dia normal da semana. E este foi um dia atípico de convivência com a micro história, com a forma mais básica, porém, incomum de se fazer palavras, e desse pensamento, que não deixarei virar poeira no meu mundo, que escrevo estas palavras.

Um dia de convivência, de convivência comigo mesmo, mas extraindo o melhor das paisagens que passavam naquela janela. Era tão lindo ver as nuvens cobrindo o topo da montanha, e eu via lá do alto o verde, a garoa caindo, tudo harmonizado, tudo caia de acordo com os preceitos cósmicos. E, na mais completa perfeição desse mundo raro, eu ia comtemplando uma beleza sem fumaça industrial e sem concretos armados.

Ah... Passando pelas cidadezinhas, olhando aquelas casinhas, descrevo no diminutivo, mas na hora o sentimento de conforto era de uma imensidão, e eu pensava: Quero ter uma casinha aqui por toda minha vida, e olhava tudo pela janela, era dia de semana, a cidade grande se movimentava e as visões que passavam pelos meus olhos me faziam esquecer o relógio, me faziam esquecer o horário.

A noite chega, a paisagem escurece, vem junto comigo aquele pensamento do meu mundo: “Amanhã é dia de correria, é hora de cair na real...”, mas essa correria é tão tacanha e devastadora, que este momento extraordinário de convivência é considerado por muitos como um ato de rebeldia, de anarquismo... E ver como uma cidade pequena é maior que qualquer tipo de sentimento feito pela massa da cidade, foi um choque. E assim passou a noite...

Amanheceu o dia, concretos deturpam minha visão: É a cidade grande, o mundo dos ajustados, o ajuste do mundo feito por concreto, pelas mãos do trabalho, oh! O trabalho: O óleo do motor dessa grande máquina, o sustento do concreto e do aço. Essa maquinaria toda é imensa, nada no diminutivo. Aquela sensação de conforto no início do texto acaba aqui. É a máquina da ganância, a estupidez do ego. Desci... Cheguei... E esse foi o fim da linha de uma viagem de ônibus do Rio de Janeiro até Brasília.

Por: Jonas M. Carreira

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