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Cláudio Corrêa Monteiro

A Montanha Mágica


"Sou meu próprio líder/Ando em círculos". A resenha de hoje tem relação com uma "antiga" música do grupo de Rock oriundo de Brasília Legião Urbana. Vou falar do livro A Montanha Mágica do autor Thomas Mann, que ironicamente o nome da música do Legião se chama A Montanha Mágica. O livro narra a história de Hans Castorp, um jovem engenheiro, que visIta seu primo Joachim Zuemssen no sanatório (ou hospício) Berghof na aldeia suíça de Davos Platz. O livro foi lançado em 1924 na Alemanha e aqui no Brasil foi lançado em 1980 pela Editora Nova Fronteira. O livro é muito influente na literatura e ajudou Thomas Mamn a ganhar o prêmio Nobel de Literatura em 1929. É um exemplo clássico da literatura que os alemães classificam como Bildungsroman, que significa romance de formação em alemão e que designa o tipo de romance em que é exposto de forma pormenorizada o processo de desenvolviment físico, moral, psicológico, social ou político de um personagem (no caso de Hans Castorp), geralmente desde a infância ou adolescência até um momento de maior maturidade. o marco inicial do Bindungsroman é um romance do escritor Johann Wolfgang Von Goethe, Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Mester. Hans Castorp entende pouco sobre os assuntos (ou grandes temas) debatidos na Europa naquela época, como, por exemplo, o personagem Sttembrini representa humanismo da Revolução Francesa e do Iluminismo, e o personagem Naptha é uma mistura da Catolicismo-fascismo-marxismo, temas debatidos no livro. O livro é sensacional e de uma profundidade inigualável. O leitor terá uma leitura difícil com o livro, mas será recompensado. Os sete capítulos do livro são divididos em partes. Uma curiosidade que poucas pessoas, inclusive eu, Cláudio, não sabem: Hans ficou internado no mesmo sanatório que seu primo para tratar uma anemia, mas ele vai mostrando sinais de tuberculose pulmonar aos poucos e acaba estendendo sua visita ao sanatório por meses e anos, pois sua saída é sempre adiada por causa da doença. Naquela época, começo do século 20, houve a Primeira guerra mundial e na história do livro que foi publicado pouco depois do término da guerra, em 1918, embora Thomas Mann tenha começado a escrever o livro em 1912, mesmo ano que sua mulher Katharina Mann (Kátia) foi internada num sanatório em Davos, na Suíça, para se curar de uma tuberculose e o livro teria sido inspirado nesse episódio específico da vida do autor que interrompeu seu trabalho no manuscrito em 1915, indeciso sobre o fim do romance. Thomas se encontrava, nesta altura, em conflito com seu irmão Heinrich Mann, que era apoiante da França e de seus aliados, que desprezava o espírito filisteu, provinciano, totalitário, acrítico dos alemães e de seu Kaiser Wilhelm II. Mano voltou a escrever A Montanha Mágica em 1919, já depois da guerra e terminou o romance em 1924, ano da publicação. Voltando aos sanatórios, esse tipo de lugar era conhecido por tratar doenças pulmonares, embora o tratamento não fosse conhecido. Os sanatórios, pelo menos aqui no Brasil, atendiam caixas da previdência, comerciários e industriários como a IAPI. Ao longo dos anos o tratamento fopi se aperfeiçoando e melhorando a saúde das pessoas que tinham essas doenças pulmonares, assim como Hans Castorp, que ao visitar seu primo Joachim no hospício, ele foi internado para tratar uma doença pulmonar. O protagonista do livro, Hans Casstorp, foi "convencido" pelo médico do lugar, Berehns, conhecido pela alcunha de Radamando (deus grego que decidia sobre a vida e a morte). Voltando ao grupo Legião Urbana, Renato Russo brinca com o título do romance, j´[a que a obra de Thomas Mann é considerada uma das mais difíceis da literatura (eu que o diga) e a faixa honômina da Legião Urbana também é uma das mais misteriosas da banda.


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