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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

O Tempo E O Vento


Hoje vou falar de um livro, melhor dizendo, de uma saga. O Tempo E O Vento, escrito pelo escritor gaúcho Érico Veríssimo. A saga é composta por três partes: O Continente, dividida por 2 livros, lançado em 1949, O Retrato, dividido em 2 livros, lançado em 1951 (O Continente serviu de base para o filme O Tempo E O Vento, dirigido por Jaime Monjardim e estrelado por Thiago Lacerda e grande elenco) e O Arquipélago, dividido em 3 livros, lançado em 1961. O Continente narra a formação do estado do Rio Grande do Sul através das famílias Terra, Cambará, Caré e Amaral. É nessa parte que contém Ana Terra, que resenhei neste blog (http://claudiocorrea83.wixsite.com/amanteliterario/single-post/2018/03/25/Ana-Terra) e existem sete capítulos. O Continente mostra vários fatos que marcaram a história do estado como a Guerra dos Farrapos, Guerra do Paraguai, Guerra Contra Rosas e guerra federalista. E essas guerras marcam definitivamente a vida e a personalidade daqueles gaúchos e ecoam muito forte ainda hoje na identidade do Rio Grande do Sul. Dois personagens d’O Continente, Ana Terra e capitão Rodrigo Cambará, são considerados dois arquétipos da literatura brasileira até hoje. O retrato nos mostra os descendentes do Rodrigo Cambará e Bibiana, Dr. Rodrigo Cambará e seu pai Coronel Licurgo que possuem um contraste bastante gritante, pois Dr. Rodrigo e da cidade e Coronel Licurgo é homem do campo. O mediador desse conflito é Torbírio, irmão do doutor Rodrigo Cambará. I retrato nos apresenta novos personagens, além da família Cambará e vimos grandes acontecimentos do século que passam ao longe e chegam pelo telegrafo e pelos jornais, além dos personagens serem testemunhas da chegada do automóvel, entre outros avanços tecnológicos do século XX, mesmo passado alguns anos da proclamação da República. Ao contrário da parte O continente, onde os personagens são protagonistas da História, aqui eles são espectadores desinteressados. No terceiro volume d’O Tempo E O Vento, O Arquipélago, Rodrigo Cambará se elege deputado federal. Assim, os personagens principais não são mais espectadores dos fatos nacionais, mas participam diretamente deles. Ao longo do romance, aparecem vários personagens reais, como Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, Luís Carlos Prestes, que contracenam com os personagens criados pelo autor. Isso confere à história uma dinâmica especial. Novamente, no seio da família Cambará, desenrolam-se as contradições de uma época marcada por uma radical revolução de costumes, sob a influência do cinema americano. Na família Cambará e suas relações, há desde comunistas a oportunistas. No meio deles, assumindo uma postura crítica e não engajada, aparece Floriano, alter ego do próprio Érico. O autor, Érico Veríssimo, inova ainda ao introduzir um capítulo narrado por uma personagem feminina, Sílvia, que apresenta os personagens de O Arquipélago sob um ângulo diferente. O Arquipélago termina com a frase que inicia O Continente: “Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado.” O Tempo E O Vento é um livro sensacional, embora tenha sete livros que formam os três volumes. Vou falar do filme O Tempo E O Vento. O filme, lançado em 2013, dirigido por Jaime Monjardim e estrelado por Thiago Lacerda, Fernanda Montenegro. Marjorie Estiano e grande elenco, retrata uma história de 300 anos da família Terra Cambará e da oponente família Amaral, a partir da perspectiva da personagem Bibiana. A história de lutas entre as duas famílias começa nas Missões e vai até o final do século XIX. A longa metragem apresenta também o período de formação do estado do Rio Grande do Sul e a disputa de território entre as coroas portuguesa e espanhola. O filme foi rodado no Rio Grande do Sul, na cidade de Bagé. O filme foi exibido pela Rede Globo na primeira faixa de linha de shows como uma microssérie, de 1º a 3 de janeiro de 2014 em 3 capítulos. Teve média de 25 pontos, considerada excelente para o horário e Venceu os prêmios como Troféu Lente de Cristal de Melhor Filme - 5º Cinefest Brasil/Montevidéu e 10º Prêmio Fiesp/Sesi de Cinema de Melhor Direção de Arte, alme de concorrer como melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor atriz, melhor ator, entre outros prêmios


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