Vou ficar ilhado ao falar do livro A Ilha (Island, em seu título original), publicado em 1962 e último livro de Aldous Huxley publicado com ele ainda em vida. É um romance que se passa numa ilha, Pala, onde as pessoas são do jeito como o autor acha que todos os seres humanos deveriam ser para viverem plenamente. Mestre em criar mundos, como o fez em Admirável Mundo Novo, o autor mostra as características de tal ilha por intermédio de longos diálogos entre um náufrago inglês, Will Fanarby, que foi parar na ilha ao acaso, e moradores do lugar, geralmente pessoas intelectuais ligadas aos setores da ilha que o autor queria mostrar. Deste modo ele trata de diversos assuntos: educação, drogas, sexo, saúde, natureza, religião, et cetera. É provavelmente o livro mais desencantado de Huxley, e inscreve-se nele a firme convicção de que, entre a ganância e a avidez dos homens, comunidades pacíficas como Pala estão condenadas.