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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Nó de Carrasco


Kinsey Millhone deveria ter feito apenas uma coisa: ela devia ter dado a volta e virado o carro na direção de casa. Em vez disso, estava prestes a colocar-se no perigo mais grave de sua carreira. Tom Newquist tinha sido um detetive no escritório do xerife em Nota Lake — um policial durão, honesto, respeitado por todos. Quando ele morreu subitamente, os habitantes da cidade ficaram tristes, mas não surpresos: Newquist era apenas um tímido sessentão, que trabalhava muito, fumava demais e exercitava-se muito pouco. Isso em conjunto com o apetite para comida-porcaria fez dele o garoto-propaganda para uma campanha da Associação Norte-americana de Cardiologia. A viúva de Newquist não duvidava do relatório do legista. Mas o que Selma não podia aceitar era não saber o que vinha incomodando Tom nas últimas seis semanas de sua vida. O que foi que o tinha feito rondar à noite, o que tinha constantemente incomodado seus pensamentos? Selma Newquist queria o fechamento, e a única maneira que ela conseguiria isto era descobrindo o que havia perturbado tanto seu marido. Kinsey deveria ter dispensado o caso. Era vago e sem esperança de solução, como procurar uma agulha num palheiro. Em vez disso, ela armou uma barraca no lago de Nota Lake, onde descobriu que procurar uma agulha num palheiro pode levar a rastros de sangue. E, muito provável, o dela própria. Nó de Carrasco: um romance em que Kinsey Millhone se torna o alvo e parece que uma cidade inteira a quer morta.


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