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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Shimandur – A cidade da chuva


Eu vou falar do livro de Caio Bezarias chamado Shimandur – A cidade da chuva é como todas as metrópoles que maltrataram e maltratam seus cursos d’água e sofrem o devido castigo por isso; é a cidade amaldiçoada pela chuva, em que a água, fonte da vida, desperta poderes mágicos escondidos no solo para trazer caos e morte; é uma novela de revolta juvenil, a história de um grupo de adolescentes que busca libertar sua amada e temida metrópole de uma maldição centenária e assim viver sem medo. O cenário é uma forja – elementos provindos de muitas leituras de muitos autores, fundidos a informações sobre a São Paulo dos séculos XVI à metade do século XIX e outras antigas cidades brasileiras, tudo unido e distorcido de modo pensado para gerar um mundo feérico coeso, mas aberto às inspirações mais caóticas.

Alex, um ativo e inconformado rapaz da periferia da cidade dado à rebeldia, é o protagonista maior. Ele e seus amigos Marcus Andeara (um adolescente sempre fiel a Alex, mas um tanto temeroso e inseguro do que deve fazer) e Juara (um índio forte, meio grosseiro, mas atento e sagaz, mal adaptado à vida numa metrópole racista e esnobe, oriundo das distantes montanhas a leste da cidade, no extremo do continente, o Valesh) numa noite de distrações e beberagens topam com um excêntrico e falante músico, um homem gorducho de meia idade que se apresenta como Charles Olivieri, autoproclamado sabedor de segredos da maldição da chuva, que ao tocar o solo da cidade carregado de manah (“o sangue, a essência do universo”) convoca milenares torres gigantes das profundezas da terra para rasgar as ruas, destruir e esmagar, transforma cadáveres e ossadas de animais em monstros sanguinários. O estranho e simpático clarinetista afirma saber como alcançar a Torre Máxima, de onde parte a maldição da chuva, mas, para isso, necessita do auxílio de um bom mago, pois estes pululam em Shimandur e são seus habitantes mais poderosos, eles detêm o poder e conhecimento para afastar a maldição e assim tornar a vida possível aos que podem e merecem. Surge, então, a última protagonista e mais importante personagem feminina, Nara Andeara, iniciada da ordem dos magos, uma belíssima garota de dezenove anos, cheia de vida, impertinente, manipuladora, prima de Marcus (seu amante eventual) e que guiará o grupo de heróis, ou insanos, ao centro da Floresta dos Pesadelos Encarnados. O livro é espetacular, pode ser lido em pouco tempo e é lançado em 2015 pela editora Devir, além de possuir várias notas de rodapé para explicar a história.


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