top of page
Buscar

A montanha e o Rio

  • Foto do escritor: Claudio Correa Monteiro
    Claudio Correa Monteiro
  • 22 de jan.
  • 3 min de leitura

Eu vou falar do livro A Montanha E O Rio, escrito por Da Chen, lançado pela editora Nova Fronteira em 2006. No auge da Revolução Cultural chinesa, Ding Long, um jovem e poderoso general, gera dois filhos. Um deles, legítimo. O outro, nascido de uma jovem camponesa que se atira do alto de uma montanha pouco depois do parto. Tan cresce em Beijing, cercado de luxo, carinho e conforto, ao passo que Shento é criado nas montanhas por um velho curandeiro e sua esposa, até que a morte do casal o leva a um orfanato onde passa a viver sozinho, assustado e faminto. Separados pela distância e pelas condições de vida, Tan e Shento são dois estranhos, que crescem ignorando a existência um do outro. A montanha e o rio narra a saga desses dois irmãos que trilham caminhos distintos, mas cujas vidas se encontram quando se mesclam aos acontecimentos que marcam a história política e social da China no final do século XX. Numa trama repleta de conspiração, mistério e paixão, Tan e Shento se tornam inimigos ferozes tanto no campo político quanto no pessoal, pois, por um capricho do destino, se apaixonam pela mesma mulher, o que contribui para acirrar ainda mais o ódio que sentem um pelo outro. Com esta história envolvente, que levou oito anos para ser concluída, Da Chen, conhecido por suas obras memorialísticas, faz sua primeira incursão pela área da ficção. A marca de Da Chen está por certo presente nesta narrativa que possui também traços do romance histórico e é perpassada pelas milenares tradições do Oriente e suas relações com o mundo ocidental. A Revolução Cultural (chinês tradicional: 文化大革命, chinês simplificado: 文化大革命, pinyin: wénhuà dàgémìng), formalmente a Grande Revolução Cultural Proletária (chinês tradicional: 無產階級文化大革命, chinês simplificado: 无产阶级文化大革命, pinyin: wúchǎnjiējí wénhuà dàgémìng), foi um movimento sociopolítico na China que durou de 1966 até 1976. Lançado por Mao Tsé-Tung, Presidente do Partido Comunista da China (PCC), seu objetivo declarado era preservar o comunismo chinês purgando os restos de elementos capitalistas e tradicionais da sociedade chinesa, e reimpor o Pensamento Mao Tsé-Tung (conhecido fora da China como Maoísmo) como a ideologia dominante no PCC. A Revolução marcou o retorno de Mao à posição central de poder na China após um período de liderança menos radical para se recuperar dos fracassos do Grande Salto para a Frente, que contribuiu para a Grande Fome Chinesa apenas cinco anos antes. Em Maio de 1966, Mao criou o "Grupo da Revolução Cultural" e com seu apoio lançou a Revolução Cultural, afirmando que elementos burgueses haviam se infiltrado no governo e na sociedade com o objetivo de restaurar o capitalismo, apelando aos jovens para "bombardearem os quartéis-generais" e proclamou que “rebelar-se é justificado”. A revolta em massa começou em Pequim com o Agosto Vermelho em 1966. Muitos jovens, principalmente estudantes, responderam formando grupos chamados de Guardas Vermelhos em todo o país. Esses radicais encorajados começaram a tomar o poder dos governos locais e dos ramos do partido, estabelecendo novos comités revolucionários em seu lugar. Estes comités dividem-se frequentemente em facções rivais, precipitando confrontos armados entre os radicais. Uma seleção dos ditos de Mao foi compilada no Livro Vermelho, que se tornou reverenciado em seu culto à personalidade. Um dos acontecimentos mais comuns na Revolução Cultural foram as sessões de luta, onde pessoas acusadas de serem "inimigos de classe" e reacionários eram forçados a participar de sessões de humilhação pública até serem forçados uma confissão de culpa. Massacres e expurgos foram comuns, além de repressão de minorias étnicas chinesas, da religião e grande destruição deliberada do patrimônio cultural e histórico chinês. A Revolução Cultural danificou a economia e a cultura tradicional da China, com um número estimado de mortos variando de centenas de milhares a 20 milhões. Começando com o "Agosto Vermelho" de Pequim, massacres ocorreram na China continental, incluindo o Massacre de Quancim (canibalismo humano em grande escala também ocorreu), o Incidente da Mongólia Interior, o Caso de espionagem de Zhao Jianmin e assim por diante. Dezenas de milhões de pessoas foram perseguidas, muitas das quais eram membros das "Cinco Categorias Negras" e suas famílias. Figuras notáveis como Liu Shaoqi (o segundo presidente da China vindo do PCC), Peng Dehuai e He Long foram perseguidos até a morte. No final de 1978, Deng Xiaoping se tornou o novo líder supremo da China e lançou o programa "Boluan Fanzheng" para corrigir os erros da Revolução Cultural. Em 1981, o Partido Comunista Chinês considerou oficialmente a Revolução Cultural o "retrocesso mais severo" desde a fundação da República Popular da China em 1949.






 
 
 

Comments


© 2016 por Amante de Livros. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook B&W
bottom of page