A rosa do povo
- Claudio Correa Monteiro
- 23 de jul.
- 3 min de leitura
Eu vou falar do livro A Rosa Do Povo, escrito por Carlos Drummond de Andrade, lançado pela editora Record em 1984, mas a primeira publicação do livro é lançada no ano de 1945. O livro é formado por poemas sensacionais. A Rosa do Povo é um livro de poesias brasileiro, escrito pelo modernista Carlos Drummond de Andrade entre 1943 e 1945. É a mais extensa obra do autor sendo composta por 55 poemas, também sendo a primeira obra madura e a de maior expressão do lirismo social e modernista. A obra é considerada como uma tradução de uma época sombria, que reflete um tempo, não só individual, mas coletivo no país e no mundo onde o autor capta o sentimento, as dores, e a agonia de seu tempo. No título A Rosa do Povo, a rosa representa a poesia (expressão), das pessoas daquela época. A Rosa do Povo foi escrito quando os horrores da 2ª Guerra Mundial angustiavam a humanidade e o exército nazista recuava, especialmente na então União Soviética. As mais importantes divisões alemãs haviam sido derrotadas no leste europeu pelos russos, prenunciando a capitulação do III Reich. Simultaneamente no Brasil, sob a ditadura de Getúlio Vargas (Estado Novo), ainda que economicamente modernizador e socialmente avançado, perdia o apoio entre as classes médias e as elites intelectuais identificadas com o próprio regime democrático através de altos cargos burocráticos. Embora seu próprio título tenha uma simbologia revolucionária e seja composta de vários poemas sociais, apresenta grande variedade temática e técnica. Os poemas são constituídos de metáforas, com frequência também aparecem elipses e imagens surrealistas. São poemas refinados, complexos e acessíveis somente a leitores com significativa informação poética. A obra representa na poesia uma tensão entre a participação política (adesão às utopias de esquerda) e a visão cética (desencantada). Não devemos entender esta duplicidade como contraditória. Toda a obra do autor é marcada por uma visão caleidoscópica, polissêmica. A realidade possui várias faces e são vistas de várias perspectivas, o que nunca gera uma opinião e o fluxo desordenado da vida não permite certezas. O poeta utiliza tanto do "estilo sublime" (padrão elevado da língua culta) quanto do "estilo mesclado" (linguagem elevada e linguagem coloquial). Os versos curtos das obras inaugurais, tornam-se mais longos. Há um predomínio do verso livre (métrica irregular) e do verso branco (sem rimas). Em relação às obras anteriores, o humor quase desaparece, o coloquial é atenuado e um tom grave e solene passa a impregnar os versos. As inquietações sociais ganham uma historicidade mais plena, referindo-se várias vezes ao cotidiano e aos acontecimentos concretos da década de 1940. As Temáticas do livro são: Poesia Social (povo): Carrego Comigo e Movimento da Espada (culpa de responsabilidade moral), O Medo (o registro da ordem política injusta), A Flor e a Náusea, Nosso Tempo, Áporo, Noite na Repartição (mudança de perspectiva). Carta a Stalingrado, Visão 1944,Telegrama de Moscou (celebração de uma nova ordem). Reflexão Existencial (eu e o mundo), Anoitecer (solidão, angústia e incomunicabilidade). Desfile (Fluir do tempo). Passagem do Ano (balanços de existência). Morte no Avião (reflexão sobre a morte). Metalinguística (poesia sobre a própria poesia), Consideração do Poema, Procura da Poesia (poesia e poesia antagônica). O Passado: Como um Presente (projeção do passado), O Amor, O Mito, Caso do Vestido, O Cotidiano, A Morte do Leiteiro, Caso do vestido, Celebração dos Amigos, Mario de Andrade desce ao inferno, Canto do homem do povo Charlie Chaplin, Paródia, Nova Canção do Exílio. Os poemas de A Rosa do Povo são: Consideração do Poema; Procura da Poesia; A flor e a Náusea; Carrego Comigo; O Medo; Anoitecer; Nosso Tempo; Passagem do Ano; Passagem da Noite; Uma Hora e mais Outra; Nos áureos Tempos; Rola Mundo; Áporo; Ontem; Fragilidade; Poeta Escolhe seu Túmulo; Vida Menor; Campo, Chinês e Sono; Episódio; Nova Canção do Exílio; Ecônomia dos Mares Terrestres; Equívoco; Movimento da Espada; Assalto; Anúncio da Rosa; Edifício São Borja; O Mito; Resíduo; Caso do Vestido; O Elefante; Morte do Leiteiro; Noite da Repartidão; Morte no Avião; Desfile; Consolo na Praia; Retrato de Família; Como um Presente; Interpretação de Dezembro; Rua da Madrugada; Idade Madura; Versos à Boca da Noite; No País dos Andrades; Notícias; América; Cidade Prevista; Carta a Stalingrado; Telegrama de Moscou; Mas Viveremos; Visão 1944; Com o Russo em Berlin; Indicações; Onde Há Pouco Falávamos; Os Últimos Dias; Mário de Andrade Desce aos Infernos e Canto ao Homem do Povo Charlie Chaplin.

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