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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Azincourt



Eu vou falar do livro Azincourt, escrito por Bernard Crownell, lançado pela editora Record em 2009. Ao raiar do dia 25 de outubro de 1415, dois exércitos se defrontavam numa planície francesa, que viria a se tornar o mais famoso dos campos de batalha na história. De um lado, os remanescentes maltrapilhos de um exército inglês que invadira a Normandia dez semanas antes e, num golpe severo para o orgulho francês, capturou a cidade-porto de Harfleur. Porém, o cerco cobrara seu preço e dos doze mil guerreiros que haviam embarcado na expedição, somente a metade estava agora reunida no campo de Azincourt. Desses, apenas novecentos eram soldados armados, os homens de ferro da época e considerados universalmente como a elite do mundo militar. Motivados pelo desejo de vingar a perda de Harfleur, a cavalaria francesa havia afluído aos milhares. Repousados, bem nutridos, bem armados e lutando em seu próprio território. Ainda assim, algumas horas depois, desafiando toda a lógica e a sabedoria militar da época, os ingleses saíram vitoriosos dos campos de Azincourt. Imortalizada por Shakespeare em seu Henrique V, a batalha ganha agora uma versão pelo mestre do romance histórico, Bernard Cornwell. De modo emocionante, Cornwell narra a batalha a partir da qual tantas lendas foram erguidas. Mas também observa por trás da ação bélica e realiza um painel da época. Um rei louco, duques assassinos, bispos manipuladores, heroicos cavaleiros, cirurgiões, arautos, espiões e piratas - a história de Azincourt oferece tudo isso. O arqueiro inglês Nicholas Hook tem um talento sem igual para atrair problemas. Quando seu senhor o envia a Londres em uma força especial designada para conter uma possível insurreição dos lodardos. Nick perde o controle durante uma briga e é declarado fora da lei. Refugiando-se do outro lado do canal, o arqueiro se junta a mercenários ingleses que protegem a cidade de Soissons contra ataques da França. Lá, ele presencia as atrocidades que chocaram a Europa e o conduziram de volta para a Inglaterra, onde se alistou na companhia de Sir John Cornwalle, um dos líderes das tropas do rei Henrique V. O Exército é implacável, mas doenças e a inesperada investida francesa em Harfleur o reduzem a frangalhos. O rei Henrique V se recusa a aceitar a derrota e, sob condições climáticas impiedosas, lidera o restante dos homens ao que parece ser a ruína. Azincourt é uma das grandiosas batalhas da História. Travada entre dois exércitos desiguais que se enfrentam em condições desastrosas no dia de São Crispim, em 1415, a batalha resultou em uma vitória extraordinária, celebrada na Inglaterra anos antes de William Shakespeare tê-la imortalizado na peça Henrique V. O notável triunfo do arco longo sobre cavaleiros de armaduras e o do homem comum sobre a aristocracia feudal são alguns dos seus símbolos. Bernard Cornwell sempre quis escrever sobre Azincourt, e sua versão retrata a realidade por trás dos mitos da batalha. O livro é dividido em quatro partes: São Crispim e São Crispiniano, Normandia, Ao Rio de Espadas e São Crispim. A Batalha de Azincourt (em inglês: Agincourt) foi uma batalha decisiva ocorrida na Guerra dos Cem Anos em 25 de outubro de 1415 (Dia de São Crispim que tem esse nome por causa de Crispim e Crispiniano foram dois irmãos que se tornaram santos católicos após terem sido martirizados pelos romanos. Ficaram conhecidos por serem sapateiros, e por uma lenda no qual teriam ajudado uma criança pobre e sua mãe, que lhes deu abrigo durante uma perseguição. Por isso são considerados padroeiros dos sapateiros. Na Umbanda, assim como Cosme e Damião, são sincretizados com os Ibejis. Nascido em uma família nobre romana no século III d.C., Crispim e Crispiniano fugiram da perseguição por sua fé, terminando em Soissons, onde pregaram o cristianismo aos gauleses enquanto faziam sapatos à noite. Embora se afirme que eram irmãos gêmeos, isso não foi provado. Eles ganhavam o suficiente com seu comércio para se sustentar e também para ajudar os pobres. Seu sucesso atraiu a ira de Rictus Varus, governador da Gália belga, que os torturou e jogou no rio com pedras de moinho em volta do pescoço. Embora eles tenham sobrevivido, eles foram decapitados pelo Imperador c. 285–286. O dia da festa dos Santos Crispim e Crispiniano é 25 de outubro. Embora esta festa tenha sido removida do calendário litúrgico universal da Igreja Católica Romana após o Concílio Vaticano II, os dois santos ainda são comemorados naquele dia na edição mais recente do martirológio da Igreja Romana. No século VI, uma basílica imponente foi erguida em Soissons sobre os túmulos desses santos, e Santo Eligius, um famoso ourives, fez um santuário caro para o chefe de São Crispiniano. Eles são os santos padroeiros dos sapateiros, fabricantes de luvas, rendeiros, curtidores e tecelões. A Batalha de Azincourt foi travada no dia da festa de São Crispim. Ele foi imortalizada por Shakespeare no Dia Discurso de São Crispin (às vezes chamado de "Band of Brothers Speech") para da sua peça Henrique V. Além disso, para o Festival do Dia do Verão no terceiro ato de Die Meistersinger , Wagner faz a guilda dos sapateiros entrar cantando uma canção de louvor a São Crispim.), no norte da França. Resultou em uma das maiores vitórias inglesas durante a guerra. O local onde a luta aconteceu foi perto de Artois, em torno de 40 km ao sul de Calais (agora em Azincourt, no norte da França). A vitória de Henrique V da Inglaterra, contra um exército francês numericamente superior, foi um golpe duro para a França e marcou um período sombrio para o país em meados da Guerra dos Cem Anos, que foi uma série de conflitos travados de 1337 a 1453 na Europa, entre os reinos da Inglaterra e da França durante o final da Idade Média. Originou-se de reivindicações inglesas ao trono francês entre a Casa Real Inglesa de Plantageneta e a Casa Real Francesa de Valois. Com o tempo, a guerra se transformou em uma luta de poder mais ampla envolvendo facções de toda a Europa Ocidental, alimentada pelo nacionalismo emergente de ambos os lados.. Os ingleses haviam invadido a França novamente no começo do século XV, quando o rei Henrique V resolveu reivindicar o trono do país rival. No começo da Guerra dos Cem Anos, no século anterior, as tropas inglesas se mostraram mais eficiente do que o exército feudal francês. Mas quando Henrique iniciou sua invasão, em agosto de 1415, a situação da França havia melhorado. Ainda assim, após o desastre em Crécy, os franceses estavam relutantes em dar batalha aos ingleses, preferindo reunir mais soldados e suprimentos. Henrique e seus homens não tinham, por outro lado, mantimentos suficientes para uma prolongada campanha e precisavam forçar um engajamento decisivo. Foi próximo a Calais, no norte da França, que finalmente os dois exércitos bateriam de frente. O tamanho dos dois exércitos diverge de fonte para fonte. Os ingleses teriam reunido pelo menos 6 000 arqueiros, 1 500 soldados de infantaria pesada e perto de 2 000 homens na cavalaria. Os franceses tinham entre 12 000 e 15 000 homens (um-terço a cavalo), embora algumas fontes digam que seu exército podia chegar a ter 36 000 combatentes (sendo este número bem improvável). Relatos da época sugerem que os ingleses estavam em desvantagem numérica de 4 para 1. Outro fator notável era que os franceses trouxeram um grande número de nobres, incluindo milhares de cavaleiros para o combate, enquanto a tropa inglesa era formada basicamente por conscritos bem treinados, munidos com arcos longos. Após um tempo encarando uns aos outros, o combate principal se deu na manhã de 25 de outubro de 1415. O terreno era difícil e irregular, com florestas nos flancos, o que não permitia muita manobra. Os franceses tomaram a iniciativa, mandando sua cavalaria atacar os arqueiros inimigos, mas foram repelidos com pesadas baixas. Logo em seguida, mandaram o grosso de sua infantaria. O terreno ruim, cheio de lama, atrasou este avanço e expôs os homens ao arco inglês. Como resultado, novamente, os franceses sofreram grandes perdas, com milhares de soldados sendo capturados. Foi ai então que Henrique V deu a controversa ordem de matar os prisioneiros franceses. Segundo um cronista da época, ele tomou esta decisão pois, em primeiro lugar, temia que o grande número de prisioneiros iriam acabar se rebelando e, em segundo lugar, havia falta de mantimentos para todos. O historiador John Keegan sugere que a ordem foi dada, não para fins práticos, mas para aterrorizar os franceses. Seja como for, no anoitecer do mesmo dia, 25 de outubro, os franceses já tinham evacuado o campo. Até hoje não se sabe exatamente quantos morreram na batalha, mas é certo de que as baixas francesas foram extensas e muito superiores aos dos ingleses. Segundo relatos da época, Henrique V liderou pessoalmente suas tropas na batalha e teria participado dos combates corpo-a-corpo. Já o rei francês, Carlos VI, não comandou seus homens, já que ele sofria de problemas mentais. O exército da França foi liderado pelo condestável Carlos d'Albret e vários proeminentes nobres do Armagnacs. Foi esta batalha que marcou o uso mais notável do arco longo inglês em grandes números, com arqueiros ingleses e galeses formando cerca de 80% do exército do rei Henrique V. Esta batalha também é um dos temas centrais da peça Henry V de William Shakespeare. Segundo uma lenda ou invenção muito posterior, os franceses se gabavam de sua superioridade numérica e ameaçavam os arqueiros de cortar o dedo do meio deles (fundamental para arqueiros, para armar o arco), mostrando o seu maior levantado; quando os franceses foram feitos prisioneiros, os ingleses mostraram os dedos e disseram "Olha: os meus dedos estão aqui". Esse gesto deu origem ao gesto obsceno de "mostrar o dedo" de hoje em dia, nas versões francesa/continental de um dedo e na inglesa dos dois dedos.



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