
Eu vou falar do livro De repente nenhum som, escrito por Bruno Inácio, lançado em 2024 pela Editora Sabiá Livros. Bruno Inácio é jornalista, mestre em comunicação e autor de “Desprazeres existenciais em colapso” (Patuá) e “Desemprego e outras heresias” (Sabiá Livros). É colaborador do Jornal Rascunho e da São Paulo Review e tem textos publicados em veículos como Le Monde Diplomatique Brasil, Rolling Stone Brasil e Estado de Minas. Terceiro livro de Bruno Inácio, De repente nenhum som traz 12 contos que exploram a experiência da solidão e do silêncio. As narrativas breves retratam com brutalidade e sutileza a fragilidade humana diante da violência e do desconforto do mundo. A ideia para o livro surgiu de uma experiência pessoal dolorosa. Em 2018, a avó materna do escritor sofreu uma queda em seu quintal e não conseguiu se levantar sozinha. Esse episódio foi o start para o livro. Cada conto da coletânea aborda o silêncio de maneiras diversas. Em A porta amarela, por exemplo, o protagonista se isola em sua casa, convencido de que o mundo lá fora é cheio de perigos, enquanto seu silêncio interno revela uma angústia profunda. Eu presumo que o título do livro é uma referência a música Hoje, composta por Cazuza, cuja letra é: Você na cidade/Em alguma esquina/À minha espera//Rodei todas as lanchonetes/Tendo idéias perversas/Me lembrei tanto/Golpes espertos/Senti cada vez mais perto/Encontros rápidos/Caetanos, robertos/Amigos curtiam/Bares repletos//De repente nenhum som.
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