Muiraquitã
- Claudio Correa Monteiro
- há 15 horas
- 2 min de leitura
Eu vou falar do livro escrito por Luiz Eduardo Lopes chamado Muiraquitã. Por que Muiraquitã? Foi o meu questionamento após a conclusão da leitura dos primeiros textos desta coletânea poética. À medida que prosseguia na leitura, incontroláveis indagações distanciavam-me daquela inquietação provocada pelo título, afinal cada página me dirigia ao intangível, à estranheza e, ao mesmo tempo, ao brilho da palavra e à concretude de um todo que nos cerca e se manifesta na poesia. Realizei que Luiz Eduardo oferecia ao leitor não a sorte do amuleto macunaímico, mas força e magia, signos contidos nas palavras que ele manipula e recria. O poeta apropria-se de manifestações artísticas que na década de 1950 garantiram à poesia uma dimensão verbo-visual, rompendo com a linearidade. Em outros momentos, incorpora ao design gráfico um discurso centrado na estrutura oracional, o que é exemplificado em Cristalino: uma lente natural que enxerga além, reflete a alma. Luiz Eduardo é um poeta contemporâneo. Sua produção poética, ao mesmo tempo em que dialoga com técnicas vanguardistas, engaja-se no cotidiano, valoriza a síntese e traz uma intertextualidade explícita, em conformidade com o texto original, ou opondo-se a ele. Sua ação poética projeta silêncio e estimula reflexões. Sensível aos encantos da poesia, ele oferece ao leitor a sua muiraquitã: palavras de efeitos poderosos e mágicas (porque não?!), que surpreendem, seduzem e desafiam. O livro é sensacional e lançado em 2019 de forma independente. O muiraquitã é um objeto arqueológico, geralmente em forma de animais, como sapos, tartarugas ou aves, talhado em pedra verde, como jadeíta, nefrita ou amazonita. Estes amuletos são associados às culturas pré-coloniais da Amazônia, especialmente às encontradas na região dos rios Tapajós, Nhamundá e Trombetas. Além de adornos, os muiraquitãs eram considerados símbolos de poder e amuletos de sorte e proteção pelas comunidades indígenas. Geralmente em forma de sapos, mas também podem representar tartarugas, aves ou outros animais. Confeccionados em pedra verde, como nefrita, jadeíta e amazonita. Serviam como amuletos, adornos em roupas e penteados, e também como objetos de troca e símbolos de poder. Associados às culturas indígenas do Baixo Amazonas, como os povos Tapajós e Konduri. Envolvidos em lendas sobre as mulheres guerreiras Amazonas, que lhes atribuíam poderes mágicos e curativos. O muiraquitã era um objeto de prestígio e status, usado por líderes e pessoas de destaque na sociedade. Acreditava-se que o muiraquitã trazia sorte, proteção e afastava energias negativas. Vínculo com a Cultura Amazônica: O muiraquitã é um importante ícone cultural da Amazônia, representando a história, os mitos e a identidade da região. Curiosidades: A região de Santarém, no Pará, é conhecida por ser um local onde muitos muiraquitãs foram encontrados. O muiraquitã é um objeto arqueológico de grande valor, estudado por arqueólogos e pesquisadores. A preservação dos muiraquitãs é importante para a compreensão da história e cultura indígena da Amazônia.

Comments