top of page
Buscar
Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Ressurreição

Eu vou falar do livro Ressurreição é o primeiro romance de Machado de Assis, e publicado em 1872. A história começa com Félix, homem que tem um relacionamento com Cecília por um período de seis meses (segundo ele próprio, uma paixão não poderia passar de um semestre). Abandona a namorada. Viana, seu amigo, apresenta sua irmã Lívia pela segunda vez (a primeira tinha sido rápida, menos de 5 minutos), uma bela mulher, viúva há dois anos. Eles começam a se relacionar como amigos, enquanto ele, o Doutor Félix, médico, se enamorara pela jovem viúva. O tempo foi passando, e ele cada vez mais apaixonado por ela. Félix finalmente declara-se, porém de forma indireta. Começam a viver um amor secreto, escondido às vistas da sociedade. Porém, vários conflitos passam a ocorrer devido ao que aconteceu com Lívia, mas o romance começa a ter vários obstáculos então Félix pede a viúva em casamento ela aceita mas a viúva então descobre que Raquel também e apaixonada por Félix mas a inocência da menina a faz desistir do amar Félix pelo bem do coração da viúva. Embora considerada uma obra da primeira fase, romântica, do autor, seu romantismo é contido, moderado, sem os excessos sentimentais, reviravoltas na trama e final feliz do folhetim tipicamente romântico. Trata-se mais de um romance psicológico, "o que, se não é inédito, é raro em romances românticos", onde, mais importante que a intriga é "estudar o caráter e o comportamento" dos personagens. O próprio Machado, na "Advertência da Primeira Edição", deixa claro: "Não quis fazer romance de costumes; tentei o esboço de uma situação e o contraste de dois caracteres; com esses simples elementos busquei o interesse do livro." Sua ideia foi pôr em ação o pensamento de Shakespeare: "Our doubts are traitors, / And make us lose the good we oft might win, / By fearing to attempt" (Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que frequentemente poderíamos ganhar, ao termos medo de tentar.) Na "Advertência da Primeira Edição" o autor pede à crítica "intenção benévola, mas expressão franca e justa". Parece que a crítica percebeu o potencial daquele romancista estreante que em junho daquele ano completaria 33 anos de vida. Joaquim Serra, em A Reforma, escreveu que "há muito tempo não leio um livro tão bem concebido e acabado com tanto esmero. Ressurreição é um romance que marcará época nos fastos da nossa literatura e será para Machado de Assis o começo de uma carreira triunfal." G. Planche, do Jornal do Comércio, achou o estilo "fácil e correto", com "vivacidade de colorido, sobriedade de descrições, caracteres bem sustentados", mas observou que a ideia do romance não era original. A revista de caricaturas O Mosquito disse que o romancista estreante podia "servir de modelo a uns choramingas, espíritos ocos do bom senso e da gramática, que andam a azoinar os ouvidos dos poucos que ainda os leem, com suas invocações à lua, ao sol e às estrelas". Carlos Ferreira escreveu no Correio do Brasil que "O romance não é uma simples narrativa, é alguma coisa que deve primeiro que tudo falar à alma, e deixar nela uma impressão de profunda verdade da tese que se propõe a desenvolver", para depois se derramar em elogios: "Que dizer mimoso e que suavidade de pensamento! Que elegância e que facilidade de estilo!" Já Luís Guimarães Júnior, numa "Revista Bibliográfica" no Diário do Rio de Janeiro, opinou: "A Ressurreição firmou os justos brasões desse moço de talento e modéstia, poeta primoroso e folhetinista de uma espontaneidade rara. [...] O Dr. Félix, do romance de Machado de Assis, é um tipo, se não possibilíssimo, pelo menos admiravelmente compreensível." Embora considerada uma obra da primeira fase, romântica, do autor, seu romantismo é contido, moderado, sem os excessos sentimentais, reviravoltas na trama e final feliz do folhetim tipicamente romântico. Trata-se mais de um romance psicológico, "o que, se não é inédito, é raro em romances românticos", onde, mais importante que a intriga é "estudar o caráter e o comportamento" dos personagens. O próprio Machado, na "Advertência da Primeira Edição", deixa claro: "Não quis fazer romance de costumes; tentei o esboço de uma situação e o contraste de dois caracteres; com esses simples elementos busquei o interesse do livro." Sua ideia foi pôr em ação o pensamento de Shakespeare: "Our doubts are traitors, / And make us lose the good we oft might win, / By fearing to attempt" (Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que frequentemente poderíamos ganhar, ao termos medo de tentar.) Na "Advertência da Primeira Edição" o autor pede à crítica "intenção benévola, mas expressão franca e justa". Parece que a crítica percebeu o potencial daquele romancista estreante que em junho daquele ano completaria 33 anos de vida. Joaquim Serra, em A Reforma, escreveu que "há muito tempo não leio um livro tão bem concebido e acabado com tanto esmero. Ressurreição é um romance que marcará época nos fastos da nossa literatura e será para Machado de Assis o começo de uma carreira triunfal." G. Planche, do Jornal do Comércio, achou o estilo "fácil e correto", com "vivacidade de colorido, sobriedade de descrições, caracteres bem sustentados", mas observou que a ideia do romance não era original. A revista de caricaturas O Mosquito disse que o romancista estreante podia "servir de modelo a uns choramingas, espíritos ocos do bom senso e da gramática, que andam a azoinar os ouvidos dos poucos que ainda os leem, com suas invocações à lua, ao sol e às estrelas". Carlos Ferreira escreveu no Correio do Brasil que "O romance não é uma simples narrativa, é alguma coisa que deve primeiro que tudo falar à alma, e deixar nela uma impressão de profunda verdade da tese que se propõe a desenvolver", para depois se derramar em elogios: "Que dizer mimoso e que suavidade de pensamento! Que elegância e que facilidade de estilo!" Já Luís Guimarães Júnior, numa "Revista Bibliográfica" no Diário do Rio de Janeiro, opinou: "A Ressurreição firmou os justos brasões desse moço de talento e modéstia, poeta primoroso e folhetinista de uma espontaneidade rara. [...] O Dr. Félix, do romance de Machado de Assis, é um tipo, se não possibilíssimo, pelo menos admiravelmente compreensível."

compreensível."


5 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page