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Mamonas Assassinas

  • Foto do escritor: Claudio Correa Monteiro
    Claudio Correa Monteiro
  • 6 de out. de 2022
  • 7 min de leitura

Eu vou falar do CD Mamonas Assassinas que é o álbum de estreia e único álbum de estúdio gravado pela banda brasileira de rock cômico Mamonas Assassinas. O álbum foi lançado em 23 de junho de 1995 e vendeu mais de 3 milhões de cópias só no Brasil, recebendo assim uma certificação de diamante triplo, segundo a ABPD. É o 3º álbum mais vendido de todos os tempos no Brasil para artistas nacionais, e o 2° álbum mais vendido da década de 90. O álbum quebrou diversos recordes até então nunca vistos antes no país, permanece sendo até os dias atuais como o álbum de estreia mais vendido da história no Brasil, igualmente como o álbum mais vendido em um único dia, somando 25.000 cópias vendidas em apenas 12 horas, e um período chegou a vender 50.000 cópias por dia, 100.000 cópias a cada dois dias, que era a certificação de disco de ouro na época, somando mais de 350.000 cópias vendidas em uma semana. Em menos de 100 dias, o álbum alcançou a marca de 1 milhão de cópias, e dobrou esse numero até dezembro de 1995, somando 2 milhões de cópias vendidas em apenas seis meses, tornando-se o álbum vendido mais rapidamente em todos os tempos no Brasil. Com esse disco e o seu estilo cômico, os Mamonas invadiram as rádios brasileiras e caíram nas graças do público e da crítica, eternizando sucessos de forma avassaladora. O CD é sensacional e lançado pelas Gravadoras EMI e Universal Music e produzido por Rick Bonadio. Em relação ao mercado externo, o disco vendeu mais do que 20.000 cópias em Portugal, rendendo a certificação de ouro do país. Foi também o segundo disco mais vendido no ano de 1996 em Portugal. Rick Bonadio, apelidado pela banda de "Creuzebek" - nome que Dinho criou inspirado em um sanfoneira que estava no estúdio, Brezequeba - foi o nome escolhido para produzir o álbum de estreia dos Mamonas. Porém, já nos primeiros dias, um problema: a EMI queria no mínimo 10 canções para o disco e eles só tinham três. Em uma semana, Dinho e companhia escreveram as outras 12 faixas que entrariam no trabalho, mas "Não Peide Aqui Baby", uma paródia da música "Twist and Shout", dos Beatles, foi cortada por conta da grande quantidade de palavrões. A gravação aconteceu em São Paulo, no estúdio de Bonadio, e a mixagem no The Enterprise, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A banda criou o conceito da capa do álbum, um desenho em que os músicos se penduravam em uma mulher nua expondo grandes seios (evocando o trocadilho no nome da banda, de "mamona" no sentido de "mama"), inspirada na Playboy de Mari Alexandre. Carlos Sá fez a ilustração, com a gravadora EMI mais tarde exigindo que fotografias dos rostos dos Mamonas fossem agregados à capa. O logotipo da banda é uma inversão da logomarca da Volkswagen, colocada de ponta-cabeça, com uma barra horizontal sobre o "V" para que, quando invertido, forme a letra "A". Dois veículos da empresa alemã são citados nas canções "Pelados em Santos"- a Volkswagen Brasília, e "Lá Vem o Alemão" - a Volkswagen Kombi. Isto sem contar a menção a um carro da Ford - o Ford Escort, em "Lá Vem o Alemão". As faixas do CD são:"1406" Dinho, Júlio Rasec, "Vira-Vira" Dinho, Rasec, "Pelados em Santos" Dinho, "Chopis Centis" Dinho, Rasec, "Jumento Celestino" Dinho, Bento Hinoto, "Sabão Crá-Crá" (música folclórica), "Uma Arlinda Mulher" Dinho, Hinoto e Rasec, "Cabeça de Bagre II (música incidental: Baby Elephant Walk)" Dinho, Hinoto, Rasec, Samuel Reoli, Sérgio Reoli / Henry Mancini, "Mundo Animal" Dinho, "Robocop Gay" Dinho, Rasec, "Bois Don't Cry" Dinho, "Débil Metal" Dinho, Rasec, Hinoto, Samuel, Sérgio, "Sábado de Sol" Baba Cósmica (Pedro Knoedt, Felipe Knoblitch, e Rafael Ramos), "Lá Vem o Alemão" Dinho, Rasec. A formação da banda no CD, na época, era: Dinho: vocal, violão em "Uma Arlinda Mulher", Bento Hinoto: guitarra, violão, backing vocals, contrabaixo em "1406", Júlio Rasec: teclado e backing vocals, vocal em "Vira-Vira" e "Uma Arlinda Mulher", Samuel Reoli: contrabaixo e backing vocals Sérgio Reoli: bateria e backing vocals e os Músicos adicionais são: Rick Bonadio (Creuzebeck): produção, triângulo em "Jumento Celestino", scratches em "1406" e wah-wah em "1406", Paquito: trompete em "Pelados em Santos" e "Bois Don't Cry", César do Acordeom: acordeom em "Jumento Celestino", Leandro Lehart: cavaquinho em "Lá Vem o Alemão" e Fabinho do Negritude Júnior: percussão em "Lá Vem o Alemão". Demais créditos conforme aparece descrito no encarte do álbum: Produção: Rick Bonadio, o "Creuzebek", Direção artistica: João Augusto (Uncle John), Gravado no Estúdio Bonadio, em São Paulo, no Século XX, por: Rick Bonadio (Moe), Rodrigo Castanho (Larry), Junior Lane (Curly), Mixado no Estúdio The Enterprise, em Los Angeles, lá nos EUA, ano estelar 49872.6 por Jerry Napier (aquele do Ozzy, manja?), Assistente técnico: Roger Sommers (e de repente "apareccers" do nada), Fotografia: André Paoliello, Ilustração: Carlos Sá, Concepção da capa: Mamonas Assassinas, Projeto gráfico: Mario Busch e Patricia Delgado e Fotolito: Intek. Conforme Claudio Francioni, certa vez em uma entrevista, Dinho declarou que todas as citações eram homenagens aos artistas que eles ouviram durante toda a vida. Há coisas escancaradas a quaisquer ouvidos, como "Crocodile Rock", de Elton John, em "Pelados em Santos", "Should I Stay or Should I Go", do The Clash em "Chopis Centis, ou um pouco mais escondidas, como o final de "Mundo Animal", onde repetem um trecho de "Toda Forma de Amor", de Lulu Santos. "1406" - Ao contrário do que muitos pensam, a faixa se chama "Quatorze Zero Meia" (e não "mil quatrocentos e seis"), pois refere-se a um famoso nº de telefone de compras, o 011 1406, que era de um famoso canal de televendas na primeira metade dos anos 1990, o Grupo Imagem, que mantinha comerciais na Rede Manchete. Na música são citados vários produtos vendidos pelo 011 1406. Há também uma referência à canção "Laika nóis laika (mas money que é good nóis não have)", da dupla Ponto & Vírgula. "Vira-Vira" - A canção é uma sátira do vira, gênero musical português, mas a letra é inspirada na piada "A Maria e o Português", contada pelo humorista Costinha no seu álbum O Peru da Festa Vol.2, que conta a história de um casal de portugueses que foram a uma suruba. "Pelados em Santos" - Segundo Dinho, esta foi a primeira música composta por ele, ainda em 1991. Ela fora regravada em espanhol com o nome "Desnudos en Cancún". A versão em português foi regravada pelos também paulistas Titãs no álbum As Dez Mais, de 1999. "Chopis Centis" - A música parodia o riff inicial de "Should I Stay or Should I Go", da banda punk inglesa The Clash. Ela virou o tema de abertura da sitcom PartiuShopping, do canal por assinatura Multishow, interpretada por Tom Cavalcante. "Jumento Celestino" - Juntamente com "Pelados em Santos" e "Robocop Gay", "Jumento Celestino" foi uma das 3 canções que o grupo já havia gravado, de forma independente, em uma fita demo que eles enviaram para diversas gravadoras. No início da canção, há uma referência a música "Rock do Jegue (de Quem é Esse Jegue)", de Genival Lacerda. "Sabão Crá-Crá" - Esta é uma das duas únicas canções que não são de autoria dos Mamonas (ela vem do folclore escolar urbano). Segundo Dinho, certa vez Bento cantou essa canção num ensaio, e o resto da banda gostou. Como eles não encontraram registro dela, ela foi creditada no álbum como "autor desconhecido". Seu ritmo melódico tem uma incrível similaridade com a principal frase do primeiro movimento da terceira sinfonia de Beethoven. A música fez parte da trilha sonora da segunda temporada de Malhação, exibida em 1996. "Uma Arlinda Mulher" - O título da canção refere-se ao filme Uma Linda Mulher, estrelado por Julia Roberts. Quanto à estrutura musical, faz-se forte alusão à canção "Fake Plastic Trees" (1995), do Radiohead, além de copiar e colar a chamada da guitarra distorcida de "Creep" (1993), também do Radiohead, antes do refrão. Além disso, o tecladista Júlio Rasec satiriza o estilo vocal do cantor Belchior no segundo refrão, o que daria origem também à vinheta Belchi. "Cabeça de Bagre II" - É baseada na experiência do vocalista Dinho na quinta série primária. A letra, a forma falada de cantar e os vocais repetidos no fim de algumas palavras, além do título da canção, é uma paródia de "Cabeça Dinossauro", dos Titãs. Já na parte instrumental, um dos solos de guitarra é uma referência à risada do Pica-Pau, e um dos riffs principais é "Baby Elephant Walk (O Passo do Elefantinho)", trilha infantil composta pelo músico estadunidense Henry Mancini, que nos tempos da Jovem Guarda ganhou versão brasileira e se popularizou através do Trio Esperança. "Mundo Animal" - Na parte final da canção é possível perceber uma referência a um trecho de "Toda Forma de Amor", de Lulu Santos. "Robocop Gay" - Nesta canção, Dinho faz imitações dos trejeitos de Eduardo Dussek. Por isso, também foram incluídas algumas rimas que citavam quase que ocultamente a canção "Barrados no Baile", de Eduardo Dussek. A música é uma homenagem ao personagem de Jô Soares, o Capitão Gay, com ligação ao personagem do ator Peter Weller, o Robocop. e também citando nos vocais a música "Doce Doce Amor", que é originalmente interpretada por Jerry Adriani. Versões ao vivo da música contavam com o "Melô do Piripiri", que é a introdução de "Je Suis la Femme", da cantora Gretchen."Bois Don't Cry" - O título da faixa é uma paródia à música. "Boys Don't Cry", do The Cure, com forte influência no arranjo e no vocal do cantor Waldick Soriano, e há um trecho da música "Tom Sawyer", do Rush, e a parte mais pesada da música usa como base a música "The Mirror", do Dream Theater. Uma referência ao filme Contatos Imediatos de Terceiro Grau termina a música. Há também uma referência à piada musicada por Juca Chaves intitulada "Sou Sim e Daí", presente no seu álbum Ao Vivo, de 1972. "Débil Metal" - A letra da canção é em inglês. O nome é um trocadilho com heavy metal/death metal e com a expressão débil mental. Dinho canta a música num estilo que lembra bastante o de Max Cavalera, então líder do Sepultura. "Sábado de Sol" - Esta é uma das duas únicas canções que não são de autoria dos Mamonas. Ela composta pelos 3 membros da banda Baba Cósmica (Pedro Knoedt, Rafael Ramos (filho do produtor João Augusto Soares, diretor artístico da gravadora EMI na época) e Felipe Knoblitch). "Lá Vem o Alemão" - É uma paródia a um pagode de muito sucesso na época, "Lá Vem o Negão", do grupo Cravo e Canela. Nesta canção, Dinho satiriza os estilos vocais dos cantores Luiz Carlos, do grupo Raça Negra (primeira parte), e Netinho de Paula, então líder do Negritude Júnior, cujos integrantes participam da música, juntamente com membros do Art Popular. Segundo Dinho, esta foi a música que deu mais trabalho para fazer, porque eles não sabiam tocar pagode, e por isso tiveram que pedir ajuda aos grupos Negritude Jr. e Art Popular. A canção "Não Peide Aqui, Baby", sátira de "Twist and Shout", dos Beatles, não foi ao álbum por conter palavras de baixo calão, mas aparece no lançamento póstumo Mamonas ao Vivo.



 
 
 

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