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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Ecos de Atlântida: O Cavaleiro da Água



Eu vou falar do livro ECOS DE ATLÂNTIDA: O CAVALEIRO DA ÁGUA, lançado em 2019 pela Editora Viseu e escrito por Angers Moorse. Respire fundo e voe alto.Essas palavras fizeram Eric Sanders embarcar em uma aventura iniciada pelos pais, Robert e Lilian, há seis anos, que desapareceram, misteriosamente, em um acidente, enquanto efetuavam buscas pela entrada para o continente perdido de Atlântida.Contudo, deixaram pistas para que Eric continuasse com o legado da família, contando com a ajuda de uma jovem, chamada Grace Collins, cujos pais, Evan e Luna, também desapareceram, misteriosamente, no mesmo acidente. Parece que há alguém disposto a impedi-los de descobrir a verdade, utilizando-se de todos os meios possíveis, além de buscar um raro e imenso poder que poderá mudar a história de toda a humanidade.Com amigos inimagináveis e poderes desconhecidos, Eric e Grace descobrirão que Atlântida não é apenas um mito, mas algo do qual eles fazem parte e que precisarão defender. Para quem não sabe, Atlântida (em grego, Ἀτλαντίς - "filha de Atlas") é uma lendária ilha ou continente cuja primeira menção conhecida remonta a Platão em suas obras "Timeu ou a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida". Nos contos de Platão, Atlântida era uma potência naval localizada "para lá das Colunas de Hércules", que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África 9000 anos antes da era de Sólon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em um único dia e noite de infortúnio". Estudiosos disputam se e como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns investigadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de eventos antigos como a erupção de Thera ou a Guerra de Troia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C.–413 a.C.. A possível existência de Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente rejeitada e ocasionalmente parodiada por autores atuais. Alan Cameron afirma que "só nos tempos modernos é que as pessoas começaram a levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na Antiguidade". Embora pouco conhecida durante a Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta pelos humanistas na Idade Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários escritores da Renascença, como Francis Bacon em "Nova Atlântida". Atlântida ainda inspira a literatura — da ficção científica a gibis — e o cinema. O seu nome tornou-se uma referência para todas e quaisquer suposições sobre avançadas civilizações pré-históricas perdidas. A mais antiga menção conhecida sobre a Atlântida foi feita pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias). Platão conta-nos que Sólon, no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Saís, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo da Atlântida viveria numa ilha localizada para além dos pilares de Hércules, onde o Mediterrâneo terminava e o Atlântico começava. Quando os deuses helénicos partilharam a terra, conta o sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas a Atlântida tornou-se parte do reino de Posídon, deus dos mares. Na Atlântida, nas montanhas ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Posídon ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão, teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. Ao mais velho, o deus dos mares chamou Atlas. Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha. Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Posídon. Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo a Posídon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas se dispunha à caça de um touro. Uma vez caçado o touro, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram trocados à luz do luar. Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral. Não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo. Os reis de Atlântida construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas. Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas se tornariam imagens de marca da ilha. Pouco mais se sabe da Atlântida. Segundo Platão, foi destruída por um desastre natural (possivelmente um terremoto ou Tsunami) cerca de 9000 anos antes da sua era. Segundo Roger Paranhos, no seu livro Akhenaton - A revolução espiritual do antigo Egito o continente da Atlântida foi destruído por um cometa. Talvez essa teoria possa ser corroborada pela hipótese do Cometa Clóvis, segundo a qual uma explosão aérea ou um impacto de um ou mais objetos do espaço sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e 10.900 anos atrás, desencadeou um período glacial conhecido por Dryas Recente e pode ter atingido o continente perdido e o submergido. Outros estudiosos sugerem que tais explicações apenas pretendem desmotivar a procura por Atlantida, provando desta forma a sua existência fisica, permanecendo contudo ocultos vestigios evidentes da sua localização. Crê-se ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados pelos atenienses. Outra tradição completamente diferente chega-nos por Diodoro da Sicília, segundo o qual os atlantes seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas. Segundo outra lenda, o povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo os antigos egípcios descendentes dos atlantes. Na cultura pop do século XX, muitas histórias em banda-desenhada, filmes e desenhos animados retratam a Atlântida como uma cidade submersa, povoada por sereias ou outros tipos de humanos subaquáticos. O tema Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações, das céticas às mais fantasiosas. Segundo alguns autores mais céticos, tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o dilúvio), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo as suas próprias particularidades culturais. Consideram também que a narrativa se insere numa dada mitologia que pretendia explicar as transformações geográficas e geológicas devidas às transgressões marinhas. De acordo com Platão, no livro Atlântida, esta cidade estaria além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) próxima a uma região conhecida como Quadrilátero de Canais. Este Quadrilátero foi, assim, descrito por Crítias: "Havia montanhas numerosas, próximas à planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos, florestas em tão grandes números de essências, tão variadas que davam abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. Ora, na planície, pela ação de muitos reis (…) construiu-se um Quadrilátero de lados quase retilíneos e alongados, onde os lados se afastavam em linha reta,(...) cavando-se o fosso contínuo que rodeava a planície. Quanto a profundidade, a largura e desenvolvimento desse canal é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas.(...) O fosso recebia os cursos d'água que desciam das montanhas, fazia a volta à cidade, e de lá, ia esvaziar-se no mar.(...) Para carregar a madeira das montanhas, para levar de barco outros produtos de estação, cavavam-se, a partir de canais, derivações navegáveis, de direção oblíqua uma em relação às outras e em relação à cidade." Nota-se, pelo depoimento, que a cidade ficava próxima a uma estrutura de canais cujo próprio Crítias considerava: "é difícil de crer que a obra tenha saído das mãos humanas". Além disso, pelas outras informações e descrições, a cidade teria um formato circular e estaria a frente dessa gigantesca geometria quadrangular. Alguns pesquisadores acreditam que a Atlântida, nome derivado do titã Atlas, é uma releitura grega da antiga cidade, também perdida, de Tântalis, nome derivado do rei de Sípilo, Tântalo. A lenda de Tântalo seria essencialmente a mesma de Tântlis, sendo Tântalo uma releitura lídia de Atlas. A Atlântida então, segundo essa versão, nada mais seria que a versão grega da antiga capital da Lídia, Tântalis, conhecida também como Sípilo, que se localizava nas terras de Arzaua, situada na costa ocidental da Anatólia. Segundo escritos antigos e autores clássicos, a cidade antiga de Tântalis sucumbiu, devido a um grande terremoto que despedaçou o monte Sipylus, afundando, após isso, nas águas que brotaram de Yarikaya, uma ravina profunda, transformando-se no lago Saloe. Durante o século XX, o lago Saloe, último vestígio de Tântalis, foi esvaziado sem cerimônia para abrir mais espaço para a agricultura. Na década de 1960, o professor Charles Hapgood, tentando entender como ocorreram as eras glaciais, propôs a teoria de que o gelo que se acumula nas calotas polares provocaria um peso suficiente para que o polo terrestre se deslocasse sobre a superfície da Terra, carregando outro continente para o polo e causando uma era glacial nesse lugar. Segundo essa teoria, uma parte dos Estados Unidos já teria se tornado o polo norte e a Antártida já teria se localizado mais acima no oceano Atlântico, entre a Argentina e a África. Valendo-se dessa teoria, o polêmico jornalista britânico Graham Hancock propôs que o continente perdido de Atlântida seria, nada mais, do que a Antártida antes do último período glacial, quando estaria mais alta no Oceano Atlântico, e as cidades Atlântidas, por sua vez, estariam embaixo de grossa camada de gelo, tornando impossível sua investigação arqueológica. Essa teoria seria ainda confirmada por um mapa, o mapa dos antigos reis dos mares, feito por Piri Reis no século XVI, baseado em mapas antigos, que mostra um estranho formato para a América do Sul, que seria não a América do Sul, mas sim a Antártida na sua localização não polar..Essa teoria é aceita por alguns, porém não pelos estudiosos atuais que afirmam que o peso dos polos não seria suficientemente grande para fazer mover os continentes na superfície da Terra, e, ainda, descobriram que o mapa de Piri Reis é realmente o mapa da América do Sul, porém, tendo como referência a cidade do Cairo, o que deu um formato diferente ao continente. Ainda, fotos de satélite tiradas a partir da cidade do Cairo, comprovaram que o formato da América do Sul, vista do Cairo, é como o mostrado no mapa. Outro problema encontrado com esse mapa é que sem o gelo a Antártida teria um formato diferente do que o mostrado, já que o nível da água subiria e deixaria aquele continente com várias ilhas. Há diversas correntes de teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e sobre quem teriam sido os seus habitantes. A lenda que postula Atlântida, Lemúria e Mu como continentes perdidos, ocupados por diferentes raças humanas, ainda encontra bastante aceitação popular, sobretudo no meio esotérico (não confundir com os antigos continentes que, de acordo com a teoria da tectónica de placas existiram durante a história da Terra, como a Pangeia e o Sahul). Alguns teóricos sugerem que Atlântida seria uma ilha sobre a Dorsal Oceânica que - no caso de não ser hoje parte dos Açores, Madeira, Canárias ou Cabo Verde - teria sido destruída por movimentos bruscos da crosta terrestre naquele local. Essa teoria baseia-se em supostas coincidências, como a construção de templos em forma de pirâmide na América, semelhantes às pirâmides do Egito, facto que poderia ser explicado com a existência de um povo no meio do oceano que separa estas civilizações, suficientemente avançado tecnologicamente para navegar até à África e à América para disseminar os seus conhecimentos. Esta posição geográfica explicaria a ausência concreta de vestígios arqueológicos sobre este povo. No Google Earth podemos encontrar em 31º30'39.44"N 24º29'13.84"O um esqueleto da qual poderia ser Atlântida a 700 km a sudoeste da Ilha da Madeira. Alguns estudiosos dos escritos de Platão acreditam que o continente de Atlântida seria na realidade a própria América, e seu povo culturalmente avançado e coberto de riquezas seria o povo Chavín, da Cordilheira dos Andes, ou os olmecas da América Central, cujo uso de ouro e pedras preciosas é confirmado pelos registros arqueológicos. Terramotos comuns nestas regiões poderiam ter dado fim a estas culturas, ou pelo menos abalado de forma violenta por um período de tempo. Através de diversos estudos, alguns investigadores chegaram à conclusão que Tiwanaku, localizada no planalto boliviano, seria a antiga Atlântida. Essa civilização teria existido de 17.000 a.C. a 12.000 a.C., numa época em que a região era navegável. Foram encontrados portos de embarcações em Tiwanaku, faltando escavar 97,5% do local. Para alguns arqueólogos e historiadores, Atlântida poderia ser uma mitificação da cultura minoica, que floresceu na ilha de Creta até ao final do século XVI. Os ancestrais dos gregos, os micênicos, tiveram contacto com essa civilização culturalmente e tecnologicamente muito avançada no início do seu desenvolvimento na península Balcânica. Com os minoicos, os micénicos aprenderam arquitetura, navegação e o cultivo de oliveiras, elementos vitais da cultura helénica posterior. No entanto, dois fortes terremotos e maremotos no mar Egeu sopraram as cidades e os portos minoicos, e a civilização de Creta rapidamente desapareceu. É possível que as histórias sobre este povo tenham ganho proporções míticas ao longo dos séculos, culminando com o conto de Platão. Uma formulação moderna da história da Atlântida e dos atlantes foi feita por Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Teosofia. No seu principal livro, A Doutrina Secreta, ela descreve em detalhe a raça atlante, o seu continente e as suas cultura, ciência e religião. Existem alguns cientistas que remetem a localização da Atlântida a um local sob a superfície da Antártida. A localização mais recente foi sugerida pela imagem obtida com o Google Earth por um engenheiro aeronáutico e publicada no tabloide The Sun, mostrando contornos que poderão indicar a construção de edifícios numa vasta extensão com dimensões comparáveis ao País de Gales e situado no oceano Atlântico, numa área conhecida como o abismo plano da Ilha da Madeira. Rainer Kühne diz Atlantida foi Tartessos. Richard Freund, um arqueólogo da Universidade de Hartford, em Connecticut, diz que um tsunami inundou a antiga cidade. Apesar das suposições do engenheiro, a região assemelha-se muito às considerações de Crítias sobre o Quadrilátero, pela sua grandeza e suas ramificações. Há também, à frente dessa gigantesca estrutura, uma pequena geometria circular, dividida em quatro secções pelas ramificações que se cruzam, conforme as menções sobre os canais que envolviam a cidade, referidos no livro de Platão.



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