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Foto do escritorClaudio Correa Monteiro

Os mandarins



Eu vou falar do livro Os Mandarins, pyblicado em 1954, que assinala o definitivo engajamento político e literário de Simone de Beauvoir. Romance existencialista, Os mandarins descreve a atmosfera febril da França entre 1944 e 1948, as repercussões da Segunda Guerra Mundial, a agitação intelectual, a corrupção moral, os dilemas e as dúvidas da esquerda e, sobretudo, “o chão coberto de ilusões desmoronadas”. Simone de Beauvoir recebeu por este livro um dos mais importantes prêmios literários da França, o Goncourt. A edição desta resenha é publicada pela editora Nova Fronteira em 2017. Beauvoir recebeu o Prêmio Goncourt em 1954 por ele. O enredo acompanha as vidas pessoais dos membros de um grupo de intelectuais franceses, do fim da Segunda Guerra Mundial a meados dos anos 50. O título se refere aos altos funcionários públicos da China Imperial. Os personagens por vezes se veem como "mandarins" ineficientes ao tentarem discernir qual papel, se algum, caberá aos intelectuais na influência do cenário político após a Segunda Guerra. Assim como em outras obras de de Beauvoir, temas como Feminismo, Existencialismo, e moralidade pessoal são explorados enquanto os personagens navegam não apenas pelo cenário intelectual e político, mas também através de seus relacionamentos instáveis entre si. Os Personagens do livro são: Henri Perron (considerado Albert Camus) é o editor do jornal esquerdista L'Espoir. Possui um casamento infeliz com Paule. Henri se vê como um escritor e luta com seu crescente envolvimento no campo político. Robert Dubreuilh (considerado Jean-Paul Sartre) é o fundador e líder do SRL, um grupo político liberal e não-comunista. Ele é parcialmente responsável pelo sucesso literário de Henri, seu amigo próximo. Anne Dubreuilh (considerada a própria Simone de Beauvoir) é a esposa de Robert. Ela é uma psicanalista praticante que mantém um caso com o escritor norte-americano Lewis Brogan. Suas reflexões sobre as vidas dos outros personagens compreendem uma grande parte do texto. Paule Perron é a esposa de Henri. Ela é incansavelmente dedicada a seu relacionamento com Henri, apesar de sua indiferença. Paule desenvolve sérias ilusões e paranóia em relação ao casamento e é forçada a procurar tratamento médico. Nadine Dubreuilh é a filha de Robert e Anne. Nadine é atormentada pela morte de seu namorado Diego durante a Resistência Francesa. Ela mantém um caso com Henri ao início da história e posteriormente se casa e tem um filho com o protagonista. Lewis Brogan (considerado Nelson Algren, a quem o livro é dedicado) é um escritor norte-americanocom quem Anne possui um caso de longa data. Scriassine David Cesarani, em sua biografia Arthur Koestler, The Homeless Mind, sugere que o personagem de Scriassine's se baseia em Arthur Koestler.


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