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O peso da inexistência

  • Foto do escritor: Claudio Correa Monteiro
    Claudio Correa Monteiro
  • 30 de abr.
  • 3 min de leitura


Eu vou falar do livro O peso da inexistência, escrito por Amélia Greier, lançado Editora Podletras em 2024. A editora PodLetras lança um concurso literário há alguns anos e a autora Amélia Greier ganhou o segundo concurso da editora PodLetras. Antes da sinopse, vou falar do "O peso da existência" que é uma expressão que, em filosofia e poesia, refere-se à sensação de responsabilidade e significado inerente à vida e à escolha. Pode ser interpretado como o fardo da tomada de decisões, a consciência da finitude, a busca por sentido e o impacto das nossas ações no mundo. É um tema recorrente em livros e filmes, como "A Leveza do Ser" de Milan Kundera, que explora essa complexidade. Explicação mais detalhada: Sensação de responsabilidade: A existência, por si só, é carregada de responsabilidade, pois somos responsáveis pelas nossas escolhas e ações. Essa responsabilidade, no entanto, pode ser vista como um fardo, especialmente quando as decisões são complexas e têm consequências significativas. Consciência da finitude: A consciência da própria mortalidade pode gerar uma sensação de peso, pois a vida é limitada e cada momento é único e irrecuperável. Busca por sentido. A necessidade de encontrar um propósito e significado na vida, muitas vezes, é vista como um fardo, pois a busca por esse sentido pode ser desafiadora e sem garantia de sucesso. Impacto das ações: A compreensão de que as nossas ações têm consequências, tanto para nós mesmos como para o mundo ao nosso redor, pode gerar uma sensação de peso, pois somos responsáveis pelos resultados das nossas escolhas. Na literatura e na arte: O conceito de "o peso da existência" é frequentemente explorado em obras literárias e artísticas, que buscam expressar essa complexidade da vida humana. Exemplos incluem a obra de Milan Kundera, onde o peso da vida é explorado através da leveza das decisões. Em resumo, "o peso da existência" é um conceito que representa a carga de responsabilidade, a consciência da finitude, a busca por sentido e o impacto das nossas ações, que pode ser sentida como um fardo, mas também como um estímulo à reflexão e à ação. Voltando a fakar no livro O Peso da Inexistência. Em um mundo onde títulos e qualificações definem o valor de uma pessoa, ela se vê presa em um ciclo de invisibilidade. Mãe, esposa, dona de casa — essas não são suas escolhas, mas identidades que lhe foram impostas. Ao tentar se inserir no mercado de trabalho, um simples formulário se transforma em um labirinto de dúvidas, frustrações e reflexões sobre o papel de quem cuida sem ser visto, de quem ama sem receber reconhecimento. A cada lacuna preenchida, a protagonista se vê confrontada com a cruel realidade de sua existência ignorada. A sociedade exige respostas rápidas e certezas absolutas, enquanto ela busca significado em meio a sua jornada invisível. Sem as palavras certas para se definir, luta para superar a sensação de inadequação e provar que seu valor vai muito além dos rótulos e qualificações que a aprisionam. Entre a maternidade e a busca por um espaço próprio, ela descobre que sua força reside em ser muito mais do que um título ou uma definição. "O Peso da Inexistência" é uma história de resistência silenciosa, sobre quem se recusa a ser meramente descrito por um cargo, e que, mesmo sem reconhecimento, continua a preencher as páginas da própria vida. É uma reflexão profunda sobre as pressões sociais, o valor do trabalho invisível e a busca por uma identidade que transcenda as expectativas impostas. Consternada, a mulher se ocupou em juntar os próprios cacos, enquanto demonstrava a alegria pelos filhos. Uma conquista tão solitária quanto sei título. Clandestinamente, lutou contra o sentimento egoísta e imaturo que a torturava por não estar naquele parque, nem ter comprado aquele maldito detector. Eles mesmos terceirizaram o cuidado dos filhos, então, não podiam reclamar da falta de vínculo. Conseguiu vencer a batalha contra os sentimentos que a flagelava, apenas quando percebeu que não tinha culpa, nem escolha. Sequer tinha liberdade. Aceitara o título e a vida que o acompanhava. Perto das dez, João e Pedro foram sozinhos para a cama, pois a avó lhes dissera que já eram homens e que precisavam dormir sem os pais. Carlos permaneceu no computador até tarde, aperfeiçoando o trabalho da máquina. Rodeada de ausências, a mulher se deitou sozinha. No hiato entre ser mãe, esposa e operadora de caixa, só havia solidão.

 
 
 

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